Capa do disco C_mpl_ete, que teve tanto a versão virtual quanto em CD.
O fato é que a banda só começou a aparecer na mídia (leia-se mídia alternativa) após o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, Idem 2005, em 2005. Na verdade, a obra foi apenas o suporte para o que seria a marca registrada da banda: as apresentações ao vivo. A batida estranhamente dançante, o esguio e carsimático vocalista André Gonzáles e a química do conjunto de sopro tornam seus shows um espetáculo contagiante. Mas, após ter essa exposição maior no cenário brasileiro -e até arriscar uma turnê na Europa-, a banda precisou mostrar uma face mais séria: um álbum que, por si só, confirme a banda como uma das salvadoras da música alternativa nacional (ou pelo menos de um gênero que não seja o MPB).
Uma das principais mudanças entre o primeiro e o segundo álbum (Complete, 2009) foi a própria união do grupo, segundo o tecladista Eduardo Borém. A saída do principal compositor do grupo, o guitarrista Leonardo Bursztyn, talvez seja uma das razões. Isso porque, assim, os outros integrantes são forçados a compor mais e, muitas vezes, juntos. Para se ter uma ideia, nesse álbum não há a assinatura das canções. O único lado ruim disso é que não há ninguém especificamente para agradecer pela obra-prima Adeus, por exemplo. Diferente de todas as outras músicas de MCA, essa faixa de abertura tem um relaxante e hipnótico efeito de guitarra e teclado, incluindo uma letra simples mas interessante.
A poesia do disco, aliás, tem um estranho temperamento. Se analisada superficialmente muitas vezes só se encontra absurdos. Mas, se lida e relida, fica mais fácil ver seu significado, dividido em dois temas: amor e questões existenciais (talvez resultado da crise de personalidade da banda por conta do gênero quase incalssificável). O Tempo e Decomplica, respectivamente, exemplificam bem essas duas faces da poesia do álbum, e se destacam em relação as outras músicas. Acontece que as letras das músicas são ofuscadas pela forma e gênero tão incomuns da banda, por isso não é o principal atração do CD.

Produzido por Carlos Eduardo Miranda (que já trabalhou com Skank, O Rappa, e atualmente é um dos jurados de Qual o seu talento?), o álbum Complete foi um projeto interessante. A ideia era produzir um álbum virtual, com letras, downloads gratuitos e até cifras, tudo disponível no site da banda -http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/complete/-, incluindo videoclipes de todas as músicas. Trama, a distribuidora do disco, cumpriu seu papel devidamente, que deu nesse projeto de certa forma interativo para os fãs. O resultado do disco é quase um consenso nacional: quem era fã ficou mais fã ainda; quem não gostava agora tem o dever de dar o mínimo do reconhecimento que a banda merece.
DOWNLOADS:
-http://albumvirtual.trama.uol.com.br/album/1128131176 ou
-http://www.mediafire.com/?2chvjn7d9pj
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