sexta-feira, 3 de junho de 2011

Coldplay lança novo single e divide opiniões

Nova arte de álbum do Coldplay inclui graffite

     A banda inglesa Coldplay sempre se destacou na arte de álbum, que inclui a capa do CD, os videoclipes, o estilo de se vestir e as apresentações. Seu grande marco da arte de álbum foi o premiado Viva La Vida (2008), onde os integrantes se vestiram como "soldados ao relento" e investiu pesado em suas apresentações, dando um verdadeiro espetáculo visual para os fãs.

     No fim do mês de março, a banda anunciou que lançaria um single nesta sexta (03 de junho), mas já havia lançado com antecedência em seu site oficial - http://www.coldplay.com - a letra da música Every Teardrop Is A Waterfall, seguido da arte (com fotografias e a capa do single). A primeira impressão assusta. Quem esperava algo próximo do último single (Christmas Light), no qual a banda se apresentava com um 'quê' circense, realmente se incomodou. Os integrantes estão em um cenário do subúrbio cheio de graffite (e graffitando!), mas com o mesmo desleixo ao se vestir do álbum anterior. Somado à declaração de que "como tocaremos em vários festivais de verão, era bom lançar uma música nova", conclui-se que viria uma música sem melancolia e com alguma coisa diferente. E o que que veio? Um Glass Of Water com elementos cada vez mais pop.

Capa do single, que lançou depois o videoclipe.

     Segundo o site oficial, introdução de piano é uma homenagem autorizada da música I Got To Rio, de Peter Allan. O vocalista/compositor Chris Martin só pode estar brincando de roleta russa! Os mais desavisados vão acusar novamente a banda de plágio (ou de falta de criatividade), correndo um grande risco de manchar seu nome mais uma vez. Isso porque Coldplay se envolveu em vários processos de plágio contra suas músicas (Viva La Vida e Clocks, entre outras), muitas vezes injustamente. Qualquer um com a mínima noção de comunicação social sabe que nem sempre a verdade (ou a intenção) que prevalece.

     Retomando a dinâmica da música, o estranhamento causado no início pela melodia (que se aproxima muito de um rap) dificulta a identificação dos traços mais comuns de Coldplay. Mas com o tempo, ouvindo duas ou três vezes seguidas, percebe-se a verdadeira intenção de Martin. Parece que quer repetir a fórmula da música Viva La Vida que, com batidas pop, conquistou um público muito maior e se tornou a música mais conhecida deles.

     A percepção geral do público foi boa. Os amantes do pop com certeza gostaram. As divergências ficam entre os fãs. Uma grande parte só gostou da música pelo fato de ser do Coldplay, quase como uma obrigação. Não dá para ignorar também que alguns realmente gostaram da música pelo que é. Uma minoria, porém, foi incomodada. Me tomo como exemplo, pois o que eu menos gostaria é que o próximo álbum saísse como uma experiência pop. Não há mal nenhum em um experimentalismo nesse novo gênero (U2 também passou por uma fase eletrônica), mas que eles não se esqueçam de suas origens e nem de seus fãs da música alternativa. A música, para a categoria pop é boa. Mas para o Coldplay, descartável.


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